No mundo atual, vemos uma tentativa crescente de distorcer os princípios fundamentais estabelecidos por Deus, especialmente no que diz respeito ao casamento entre homem e mulher. Apesar de respeitarmos as escolhas individuais, como igreja, não abrimos mão da verdade fundamental.
O casamento, segundo a visão cristã, não é uma criação do Estado ou uma adaptação evolutiva, mas um princípio estabelecido por Deus desde o início. Embora acolhamos e sirvamos aqueles com desejos homoafetivos, afirmamos que a definição divina do casamento é entre homem e mulher.
Além disso, o mundo busca perverter a concepção de gênero, argumentando que a identificação pessoal supera os aspectos biológicos. Contudo, à luz do relato da criação, confirmamos que Deus criou apenas homem e mulher, complementando-se para a multiplicação.
O Relato da Criação
Gn 1.26 E Deus disse: Façamos o ser humano à nossa imagem, conforme a nossa semelhança. Tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os animais que rastejam pela terra. 27Assim Deus criou o ser humano à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.
O relato da criação, conforme Moisés, revela a singularidade do sexto dia, quando Deus cria os seres humanos. Antes de detalhar a criação de Adão, Moisés destaca a proximidade divina ao usar termos impessoais nos sete primeiros atos criativos, e um termo pessoal no último ato, estabelecendo um amor especial pelos seres humanos.
O termo no plural em "Façamos" pode denotar diferentes significados, como o "plural majestático", um diálogo com seres celestiais, ou uma tradição cristã que sugere a pluralidade da Trindade (Pai, Filho e Espírito Santo).
A expressão "à imagem de Deus" revela a profunda verdade de que os seres humanos são uma representação fiel de Deus na terra. Enquanto outras criaturas foram feitas "de segunda a sua espécie", a humanidade foi criada de forma única e especial.
Ser à imagem de Deus implica ser uma expressão d'Ele na terra, não uma descrição exata, mas uma representação fiel, como uma estátua que representa alguém. Isso contrasta com as crenças do antigo Oriente Próximo, onde apenas o rei era visto como imagem de Deus, enquanto na perspectiva hebraica, toda a humanidade é democratizada nessa representação.
Além disso, ao contrário de outras visões que inferiorizavam a mulher, aqui fica claro que tanto homem quanto mulher foram criados igualmente à imagem de Deus. A adição do termo "semelhança" destaca a distinção entre Deus e os humanos.
As implicações para o casamento são profundas. Homens e mulheres, ambos criados à imagem de Deus, são chamados a exercer domínio responsável sobre a criação, refletindo a autoridade divina. Esta verdade desafia noções de inferioridade da mulher e destaca a igualdade de ambos, criadas para representar a divindade na terra.
Essa compreensão profunda da criação oferece insights poderosos sobre a sacralidade do casamento e a responsabilidade compartilhada de homens e mulheres na expressão conjunta da imagem divina.
Respeito, Admiração e Parceria - Os Pilares do Casamento
2.1 Respeito:
O respeito é essencial no casamento, visto que ambos são representantes de Deus. A falta de respeito pode ocorrer na comunicação, na falta de apoio emocional, nas tomadas de decisão, na confiança, na colaboração, na área sexual e nas contribuições. Em contraste, o respeito mútuo implica em comunicação aberta, apoio constante, tomada de decisões ativa, confiança mútua, colaboração, compreensão e apoio sexual, e valorização contínua.
A falta de respeito é progressiva e bilateral, afetando profundamente o casal. Restaurar o respeito é vital para manter o amor no casamento, sendo necessário identificar e corrigir sinais de desrespeito intencionalmente.
2.2 Admiração:
Admirar o envolvimento é outra prática crucial. Reconhecer que ambos foram feitos à imagem de Deus destaca a importância da admiração mútua. A liberdade do casamento muitas vezes resulta da perda de admiração, focando apenas nos defeitos do parceiro. A insatisfação geral com a própria vida pode contribuir para essa percepção distorcida.
Os papéis do homem e da mulher são claros: o homem deve provar, proteger e procriar, enquanto a mulher é uma auxiliadora, uma aliada. A mulher, ao cuidar e transformar, desempenha um papel essencial na complementaridade do casamento.
Cultivar a admiração mútua envolve refletir e evidenciar as qualidades dadas por Deus em cada participação. Os homens devem oferecer suporte e segurança, enquanto as mulheres cuidam da casa e se cuidam. A transformação ocorre quando a mulher cria um lar e mantém acesa a chama da admiração.
2.3 Parceiros
Com base em Gênesis 1:28, homens e mulheres são chamados a multiplicar, encher a Terra e dominar a criação. Essa jornada é comparada a um navio, onde homens lideram e mulheres auxiliam. Ambos têm responsabilidades, mas o homem tem a responsabilidade principal de provar, enquanto a mulher lidera em casa. A cooperação e colaboração são essenciais, evitando uma visão de competição entre os gêneros. Trabalhar juntos é uma forma de dominar a criação, transformando o trabalho em uma missão conjunta e leve no casamento.
2.3.1 Aliados na Luta Contra o Pecado:
Gênesis 2:16-18 destaca a proibição de comer o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. Esta árvore simboliza o desejo de autonomia e independência moral, representando a auto-suficiência. A desobediência é resultado do desejo humano de decidir ética e moral independentemente de Deus. O casal é convocado para ser aliado na luta contra o pecado, evitando a auto-suficiência e buscando viver em obediência a Deus. A vigilância, a oração constante, a vida devocional profunda e a comunhão são meios cruciais para manter a relação abençoada e resistir aos efeitos do pecado.
Conclusão
O fracasso em casamentos pode ser atribuído à perda das instruções divinas na criação. Reconhecer que nossos parceiros foram feitos à imagem de Deus é crucial para cultivar respeito e admiração. Cumprir o papel de ser aliado na sujeição à criação e na luta contra o pecado fortalece os laços matrimoniais.
Em meio a essas considerações, é crucial analisar como a instituição do casamento foi originalmente criada por Deus, entendendo seus propósitos para o casal antes da entrada do pecado na criação. Esta busca reflexão mantém o equilíbrio entre a graça de acolhimento e a verdade dos princípios divinos, à medida que enfrentamos os desafios contemporâneos em torno dessas questões.
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