O dinheiro pode gerar desconforto nas igrejas, mas com ensinamentos sólidos e gestão transparente, pode ser uma bênção. A Teologia da Prosperidade exalta a riqueza como retribuição divina, mas não há mandamento específico sobre contribuição na Bíblia. Devemos viver para o Reino e ser generosos, administrando nossos recursos para glorificar a Deus.
Em 2Co 9:1-5: ¹ Ora, quanto à assistência a favor dos santos, não é necessário que eu escreva a vocês. ² Porque conheço a boa vontade de vocês, da qual me orgulho diante dos macedônios, dizendo que os irmãos da Acaia estão preparados desde o ano passado. E o zelo de vocês tem estimulado muitos deles. ³ Mas enviei estes irmãos, para que o nosso louvor a respeito de vocês neste particular não se desminta, a fim de que, como venho dizendo, vocês estivessem preparados. ⁴ Do contrário, se alguns macedônios forem comigo e descobrirem que vocês não estão preparados, isso será uma vergonha para nós — para não dizer que será para vocês também — por toda essa confiança que tivemos em vocês. ⁵ Portanto, julguei necessário recomendar aos irmãos que me precedessem na visita a vocês e preparassem de antemão a oferta que vocês prometeram, para que esteja pronta como expressão de generosidade e não de avareza.
O apostolo Paulo, foi o maior desbravador do cristianismo no século 1, por onde ele passou cumpriu fielmente a sua tarefa. No texto que lemos Paulo continua a desenvolver o tema que ele apresenta anteriormente no capítulo 8 continuando a falar sobre contribuição. Tem por objetivo claro, encorajar os crentes de Corinto a levantarem junto a outras igrejas, uma oferta generosa para os cristãos da Judéia. Sob o domínio do imperador Claudio temos uma grande fome que atinge aquela região. Há 1 ano Paulo havia começado a promover essa oferta para os irmãos daquela região. Essas igrejas se comprometem com Paulo e afirmam que ele poderia contar com eles. Mas o tempo passa, e eles ainda não haviam concluído essa oferta. Paulo então, sabiamente, envia a Tito e mais 2 irmãos para que organizassem aquela oferta e que ela realmente se cumprisse. São esses homens inclusive que levam essa carta de Paulo. Nessa carta temos princípios de contribuição para aquela igreja que nos servem hoje.
Oportunidade de abençoar nossos inimigos, por gratidão a Deus
Paulo, apesar de inicialmente não planejar abordar o tema, dedica dois capítulos para discutir a necessidade premente de ajudar os santos da Judeia, que estavam em crise. Isso reflete uma situação de urgência que demandava assistência imediata. A história da igreja mostra que, inicialmente, o cristianismo era predominantemente judaico, e a aceitação dos não judeus gerava conflitos. Paulo, com habilidade pastoral, viu a oportunidade de promover a união entre os cristãos ao permitir que os novos convertidos ajudassem os cristãos judeus necessitados. Isso desafiava a animosidade entre eles e destacava a importância da generosidade, mesmo para com aqueles que talvez não retribuíssem da mesma forma. A igreja nasceu com a missão de ajudar pessoas a se tornarem como Jesus, o que pode ser desconfortável tanto para os de dentro quanto para os de fora. A generosidade é fundamental para que a igreja cumpra sua missão, e contribuir deveria ser natural para os cristãos, que devem buscar o eterno em suas ações.
Igrejas que contribuem são estímulos para outras
Paulo se orgulhava da influência dos coríntios sobre os macedônios, mostrando que um bom exemplo tem um impacto significativo. Quando nos comprometemos com a obra de Deus, motivamos outros a fazerem o mesmo. O exemplo da igreja de Corinto estimulou os irmãos da Macedônia, como evidenciado por Paulo no início do capítulo 8. O entusiasmo deles os levou a suplicar para contribuir generosamente, demonstrando que igrejas que contribuem servem de estímulo para outras. Nossa igreja experimentou isso quando irmãos americanos nos abençoaram no início de nossa jornada, sem esperar nada em troca. Esse ato de generosidade nos motivou a plantar outras igrejas, e apoiar outras plantações. Estamos impactados por isso e sentimos alegria em abençoar outro.
Mas, Contudo...
Paulo, sempre polido e cortês em suas palavras, inicialmente expressa que não era sua intenção abordar o assunto, mas algo o inquietava profundamente. Ele temia que, no momento crucial, a avareza prevalecesse sobre a generosidade nos corações dos irmãos. A igreja de Corinto parecia ter perdido o entusiasmo inicial em contribuir, o que preocupava Paulo. Ele não queria decepcionar os macedônios nem constranger os crentes em Corinto, então enviou Tito e mais dois irmãos para assegurar que a generosidade abundasse. Paulo enfatiza que não basta ter boa vontade, é necessário agir. Templos não são construídos, missionários não são sustentados, e os necessitados não são assistidos apenas com promessas, mas com a ação de contribuir generosamente. Alguns podem interpretar que Paulo está preocupado consigo mesmo, mas devemos lembrar que sua função apostólica e a credibilidade de sua mensagem estavam em jogo. Sua precaução visava proteger a integridade da mensagem cristã que ele pregava.
Colhemos aquilo que plantamos
Paulo faz uma analogia poderosa entre semear e colher, uma prática comum na época em que a agricultura era fundamental. A oferta é comparada a uma semente: assim como na agricultura, o que se planta determina o que se colhe. Paulo enfatiza que aqueles que contribuem generosamente colherão abundantemente, enquanto os que contribuem com parcimônia também colherão pouco. No entanto, Paulo adverte que a contribuição não deve ser vista como uma barganha mecânica com Deus, mas como um ato de alegria e gratidão voluntária. A generosidade deve ser acompanhada pela alegria do coração, sem qualquer constrangimento ou hesitação. É a alegria em servir a Deus que Ele abençoa, não apenas a quantidade da contribuição. O sacrifício de Jesus exemplifica essa alegria em dar, a contribuição é motivada pela gratidão pelo amor demonstrado por Cristo. Portanto, a contribuição na igreja não é regida pela lei ou obrigação, mas pela alegria em expressar gratidão a Deus pelos seus atos de amor e cuidado.
Conclusões Finais
Infelizmente, há muitos abusos cometidos por pessoas que se apresentam como líderes religiosos, mas agem como mercenários da fé, distorcendo a Bíblia para benefício próprio. É crucial desmascarar esses lobos vestidos em pele de cordeiro.
Contribuir é um privilégio e uma graça que Deus nos concede. Deve ser feito de acordo com nossas posses, proporcionalmente ao que Ele nos tem dado. A regularidade na contribuição visa abençoar outros sem sobrecarregar a nós mesmos. Seguindo esses princípios, a igreja pode ser grandemente abençoada e ajudar a diminuir o sofrimento de muitos.
No versículo 8 do capítulo 8 de 2 Coríntios, Paulo não impõe um mandamento, mas testa a sinceridade do amor dos coríntios, comparando-o com a dedicação de outros. Nosso incentivo para contribuir hoje vai além da obrigação legal; é o amor a Deus e às pessoas que nos motiva. A generosidade é uma expressão tangível desse amor e uma prova da sinceridade de nossa fé.
Contribuir generosamente não se resume apenas a assistência social, mas é crucial para o avanço do Reino de Deus. É uma questão de fé e de coração, não meramente numérica. Não contribuir generosamente pode revelar algo sobre nossa própria fé e falta de alegria em contribuir pode indicar uma falha em nossa profissão de fé.
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