Para permanecer firme na fé e desenvolver uma base sólida para a vida com Deus, é preciso conhecer os princípios que regem a vida cristã e entender porque eles se mostram tão essenciais.
Por que é importante conhecer as bases da fé?
Nenhum edifício consegue manter-se em pé sem antes fortalecer as estruturas. Da mesma forma, o cristão não consegue manter-se em pé sem antes estruturar sua fortaleza. No entanto, diferente do edifício, a base que sustenta o cristão é o conhecimento de Deus. O conhecimento de Deus passa por algumas implicações — algumas inclusive são motivos de debate por décadas —, filosóficas que impactam as decisões práticas do dia a dia.
Essas decisões práticas são tratadas com profundidade no curso de Apologética - área da teologia concentrada na articulação da defesa da fé.
Como disse anteriormente, o conhecimento de Deus implica nas decisões diárias na vida de qualquer cristão. O modo como medimos a conduta de outras pessoas correspondem com a forma que conhecemos a Deus. Ou seja, julgamos todas as decisões sob a influência do conhecimento que temos sobre Deus. Inclusive, julgamos as pessoas segundo a conduta dos nossos pressupostos. Nem sempre a prática é coerente com o compromisso do coração.
Alguns poderiam citar Gálatas 5. 22 e se dar como satisfeito. Porém, quando paramos para refletir sobre o texto identificamos várias implicações de ordem filosófica. O que é amor? Como é amar? A partir de quem devemos amar? As mesmas perguntas valem para bondade, benignidade, temperança, etc. Ou seja, estamos diante de uma complexa rede de influência e precisamos identificar os nossos pressupostos para julgar todas as decisões com base nas escrituras.
Diante dessa introdução, parece complicado medir os pressupostos para tomar uma ação. Todavia, todo ser humano sapiente assume e produz seus próprios pressupostos. Poderíamos utilizar a Psicologia e Biologia para discutir questões extremamente complexas, mas podemos concentrar a atenção nos aspectos cujos pressupostos se baseiam nas escrituras.
Vamos avançar a discussão e ir para o que interessa. Afinal, o que significa pressupostos, e qual o objetivo das perguntas sobre amor, benignidade, etc.? Antes de qualquer coisa, precisamos estabelecer as bases que fundamentam os próximos passos do tema.
Um importante sociólogo do século XIX chamado Dilthey — ao que tudo indica — foi o fundador da expressão conhecida como COSMOVISÃO.
Cosmovisão é a estrutura que fundamenta as nossas crenças. Antes de qualquer coisa, cosmovisão é um compromisso que parte do coração. Pode ser consciente ou inconsciente, consistente ou inconsistente.
Dificilmente uma pessoa possui uma estrutura filosófica coerente e organizada. Compreender as desconexões inseridas na cosmovisão é um grande desafio e poucas pessoas possuem controle dos pontos desconectados que necessitam de respostas.
Existem perguntas que norteiam o mundo ao redor. Responder a algumas perguntas abrem pressupostos que viabilizam a análise detalhada da estrutura que conduzem as decisões. O desafio é fazer as perguntas corretas. Por isso, seguindo James Sire (apologeta reconhecido mundialmente) ao responder 7 perguntas essenciais, podemos articular de forma coerente a estrutura que compreende o sistema que rege nossos valores.
1) O que é a realidade primordial? Podemos responder, Deus, deuses ou matéria. Ao responder a essa pergunta impomos os limites para as próximas respostas.
2) Qual é a natureza da realidade externa, isto é, do mundo à nossa volta? Aqui respondemos se o mundo foi criado ou não.
3) O que é o ser humano? Feito a imagem de Deus; uma máquina; um amontoado de células.
4) O que acontece com quem morre? Extinção pessoal; reencarna; transforma-se para outro estado.
5) Por que é possível saber alguma coisa? Somos criados à imagem de um Deus onisciente; consciente e racional.
6) Como sabemos o que é certo ou errado? Somos criados à imagem de um Deus bom; são determinados pelas escolhas humanas.
7) Qual é o significado da história humana? compreender os propósitos de Deus; preparar um paraíso na terra.
Todas as respostas devem ser conduzidas com a convicção daquilo que Deus é. A primeira pergunta levará a respostas concretas sobre Deus revelado nas escrituras: infinito, pessoal, transcendente, onisciente, soberano e bom. As demais perguntas são norteadas pela primeira.
Rm 12.2 E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.
A partir do momento em que o Espirito Santo transforma o coração, a mente do indivíduo regenerado passa por um processo de acomodação. A medida em que o coração cheio do Espírito Santo apreende mais de Deus, a mente compreende as circunstâncias através dos óculos de Cristo. Em Rm 5. 3-5 identifica-se o caminho que o cristão regenerado seguirá: Não só isso, mas também nos gloriamos nas tribulações, porque sabemos que a tribulação produz perseverança; a perseverança, um caráter aprovado; e o caráter aprovado, esperança. E a esperança não nos decepciona, porque Deus derramou seu amor em nossos corações, por meio do Espírito Santo que ele nos concedeu.
As adversidades são encaradas de outra forma, assim como o trabalho, família, politica, amizade e tudo mais. Somente um coração transformado é capaz de produzir uma mente renovada.
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